SenegalO que dizem os guias
e o que diz o AFREAKA
Arte: Natan Aquino
Antes de começar a viagem por cada país, escrevemos uma apresentação sobre tudo o que lemos nos guias (em preto). Depois de visitar os destinos, trazemos a nossa própria versão, com outras dicas, confrontando as semelhanças e diferenças e dizendo o que vimos e o que não vimos! Aqui você pode encontrar um bom resumo sobre cada país, com dicas de turismo tradicional, turismo alternativo, gastronomia e curiosidades! Hoje é dia de falar sobre a nossa versão do Senegal!
INTRODUÇÃO:
O que dizem os guias: Senegal se destaca como uma das economias mais estáveis da África e um dos pontos turísticos mais atrativos para estrangeiros. Parques naturais com vegetação variada, lindas praias, cultura pulsante e atrativos históricos formam um pacote fácil para seduzir o viajante. É também o país do grande e referenciado cineasta Ousmane Sembène e do músico Youssou N’Dour que introduziu o contagiante mbalax, ritmo que mistura a música tradicional com a cubana. O país também é famoso por seus festivais culturais como arte, jazz e dança contemporânea. Por fim, os senegaleses ainda gozam da fama do humor sarcástico e irreverente e da generosa simpatia, onde um “Olá” vem sempre acompanhado de um “Como vai o seu dia?”.
O que diz o AFREAKA: A combinação entre natureza e história no país atrai inúmeros turistas de todo o mundo para o Senegal – fato. O país abriga em toda sua extensão paisagens que vão do deserto aos manguezais e conta ainda com fortes centros culturais e históricos que merecem serem visitados. Já Youssou N’Dour continua sendo referência artística adorada, mas é a nova geração musical que prevalece nas rádios senegalesas: o mbalax renasce a cada dia com novas experiências e misturas modernas. O mesmo vale para Ousmane Sembene que inspirou os cineastas mais novos, que começam a criar suas próprias e inovadoras formas. O troféu destaque vai para os festivais que contagiam o país de norte a sul e pipocam com intensidade seja nos grandes centros ou nos vilarejos.
Turismo Tradicional
O que dizem os guias: O primeiro destino clássico é Dakar, a capital. A cidade cosmopolita, além das inúmeras opções culturais e gastronômicas, tem fácil acesso para belas praias, atraindo surfistas do mundo todo. Outro destino típico é à cidade de St. Loius, de arquitetura marcante, a antiga capital da colônia francesa é hoje patrimônio histórico mundial. Ainda, muitos turistas visitam o país em busca de sua exuberante natureza, seja nas praias e vilas de Cap Skiring, nos passeios de pirogue (espécie de canoa) nos rios de Ziguinchor ou nas reservas do Parque Nacional dos Pássaros de Djoudj do Parque do Niokolo Koba.
O que diz o AFREAKA: Para quem está procurando a África contemporânea e urbana, Dakar é o lugar indicado. Exposições, concertos, ateliês e alta gastronomia não faltam na cidade. Suas praias, no entanto, não são as melhores para um mergulho. O lugar certo para o turista que procura relaxar debaixo dos coqueiros é Cap Skiring, no extremo sul do país. Saint-Louis, que já foi um ponto muito procurado por visitantes, hoje faz menos sucesso e já não entra na lista de lugares imperdíveis, com exceção para os amantes da arquitetura colonial, já que o destino foi tombado pela Unesco. Nos parques do país, a presença de grandes animais é baixa. O destaque fica para a diversidade de pássaros, uma das maiores do mundo. E para finalizar, não se esqueça de fazer um passeio de pirogue (barco local). Quem vai ao Senegal e não faz, não conhece a marca do país e já pode ir marcando na agenda o retorno.
Turismo Alternativo
O que dizem os guias: Com acesso proibido para carros e sem ruas asfaltadas, a charmosa Ilha de Gorée, tombada pela Unesco, é um belo destino para saber mais sobre a história local. Ainda na parte insular, vale a visita a Fadiouth, uma ilha inteira coberta por conchas – e elas não estão apenas espalhadas pelo chão, mas também formam os muros, paredes e casas da vila. Ainda mais alternativo é visitar a região Bassari, no sudeste do país. É longe e o acesso não é fácil, mas é uma chance única de conhecer a cultura Bassari, suas vilas e tradições e, com sorte, presenciar um dos festivais de iniciação, regado a danças populares com personagens mascarados.
O que diz o AFREAKA: A Ilha de Gorée, na verdade, não faz parte do percurso alternativo e sim do tradicional. Mas a visita é imperdível. Além da importância histórica, a ilha é sorteada de artistas, artesões, feiras- tudo a sombra de belos exemplos arquitetônicos. Fadiouth não está no roteiro principal dos turistas, mas deveria. Conhecida como Ilhas das Conchas, a vila além de ser inteira construída por conchas, carrega um charme especial próprio. Outro destino alternativo é Casamance, normalmente evitada por ser conhecida como uma região separatista. No entanto, já são anos de estabilidade e a atmosfera está mais do que tranquila. Mais uma dica de turismo alternativo: se jogue nos vilarejos – a cultura e o diálogo presentes formam o que há de mais orgânico dos costumes africano.
Curiosidade
O que dizem os guias: Talvez você já tenha visto alguma foto ou já tenha ouvido falar que existe um lago rosa no mundo. E sim, ele fica em Senegal. A quantidade de sal presente na água, dez vezes mais do que no oceano, provoca um fenômeno que transforma sua cor, variando entre o rosa pink e o rosa bebê. Mas as raridades do país não param por aí! Existe uma tradição local bem diferente: ambulantes de rua vendem passarinhos. Até aí, tudo bem. Mas você não compra o animal em si, mas sim sua liberdade. Nas tradições islâmicas, comprar um bichinho e libertá-lo significa, além de trazer sorte, se livrar de energias e pensamentos negativos. E, por fim, uma última curiosidade: dizem os guias que Dakar, com o ritmo frenético mbalax e o ascender do hip hop, está entre as cinco melhores cidades do mundo para se jogar na noite curtir uma balada.
O que diz o AFREAKA: Pois é. O Lago Rosa existe, só que ele não trabalha em tempo integral. Rosa só fica na época mais seca do ano, logo antes da temporada de chuvas, normalmente de fevereiro a abril. O resto do tempo, quem tem muita vontade consegue enxergar algumas tonalidades rosadas na imensidão azul. O passeio, no entanto, vale a pena, para visitar as dunas da antiga chegada do Rali Paris-Dakar e a estonteante vista para mar onde elas terminam. Já sobre a venda de pássaros, se existe não é comum, pois não vimos em nenhum dos lugares por onde passamos. Nesse campo, o que vimos de diferente foram artistas de ruas que usam asas de borboletas colhidas no chão da mata para criar suas obras. Vale citar como curiosidade a forte presença de gris-gris, amuletos utilizados pela população no pescoço, na cintura, nos braços e pernas ou nas roupas para afastar energias negativas e atrair positivas.
O que provar?
O que dizem os guias: A fama é de que os amendoins senegaleses são os melhores do mundo. Partindo dessa ideia, nada mais comum do que um prato típico com o ingrediente: o mafé, ensopado a base de amendoim. Outro destaque da culinária, considerado o principal prato nacional, é o arroz com molho especial (na maioria das vezes tomate), servido com peixe ou vegetais: o tiéboudienne. Por ser um país com uma larga costa marítima, peixes e mariscos não faltam no cardápio. Entre os principais pratos estão o ‘Thiof’ marinado, considerado o peixe oficial de Senegal, e o Peixe Farci, uma receita local de peixe recheado. Para beber, o traficional bissap (feito de flores azedas) ou o bouyi (feito de fruta de baobab).
O que diz o AFREAKA: A paixão nacional é o tiéboudienne, presente nas vendas de ruas, nas casas ou nos restaurantes mais chiques! O arroz cozido no molho de legumes servido com peixe conquista qualquer paladar. Experimentar o amendoim local é imprescindível – saboroso como nenhum outro! Mas não se preocupe, na grande maioria dos restaurantes você ganha uma porção para se deliciar durante a espera. Outro prato amplamente presente é o molho Yassa, feito com cebola e mostarda Dijon, e servido com frango ou peixe. Não deixe de experimentar os deliciosos sucos naturais do país: além do bissap e do bouyi, vale também o suco de gengibre, de tamarin e de gitakh, fruta local! Outra degustação obrigatória é o chá senegalês, consumido depois das refeições em um ritual conhecido como Attaya e que conta com três rodadas da bebida a cada vez!